Justiça pode sustar vagas
TCE
Conselheiro substituto entra com
mandado de segurança contra Mário Couto por descumprimento de decisão do TJE
Um mandado de segurança foi impetrado ontem no Tribunal de Justiça do Estado
para que o presidente da Assembléia Legislativa, o senador eleito Mário Couto,
suste o termo de declaração de vaga no Conselho do Tribunal de Contas do
Estado. No documento consta até o pedido de prisão de Couto por descumprimento
formal, deliberado, voluntário e intencional de decisão transitada em julgado
no TJE, consubstanciada no Acórdão nº 53.665.
A medida foi uma iniciativa do
auditor fiscal do Tribunal de Contas do Estado e conselheiro substituto Antônio
Erlindo Braga. “Isso constitui um desrespeito a uma
decisão do TJE, no Acórdão 53.665, que foi confirmada pelo STF. A qual
determina que o presidente da AL suste a escolha de conselheiro para a 3ª vaga,
visto que a decisão compete ao governador do Estado e deve ser feita entre os
auditores do TCE”, esclareceu Erlindo.
Os Tribunais de Contas dos Estados
são compostos por sete conselheiros, mas desde 2000 o TCE do Pará só conta com
seis conselheiros. “Três vagas são de escolha do governador, sendo que uma deve
ser retirada do Ministério Público, a segunda vaga deve ser preenchida entre os
auditores e a terceira é de livre escolha do governador. As outras quatro vagas
devem ser preenchidas pelas bancadas, podendo ser um cidadão comum ou até mesmo
um deputado”, explica.
A vaga de conselheiro no TCE foi deixada por Eva Andersen em 31 de março de
2000. “É estranho pois o cargo não foi ocupado por seis anos e só agora
faltando dois meses para o final do atual mandato estão tentando preenchê-la”,
critica. Erlindo ainda disse que a escolha por um
auditor é também uma forma de economia aos cofres públicos, pois a diferença no
salário é de aproximadamente 10%. “O cargo é vitalício, o conselheiro permanece
no cargo até se aposentar. O governador escolhe, depois a AL aprova, a pessoa é
então nomeada e o TCE dá a posse”, relatou.
Os Tribunais de Contas são responsáveis pela fiscalização do dinheiro e bens
públicos e ainda apreciam a legalidade de admissões no serviço público, bem
como os pedidos de aposentadoria, pensão e reforma de servidores públicos
estaduais.
SEM CONTATO
– A reportagem do DIÁRIO tentou manter contato com o presidente da Assembléia
Legislativa, deputado Mário Couto, mas não conseguiu manter contato nem com a
Assessoria de Imprensa da Alepa.
Flávia Ribeiro
Bancada governista faz rateio de
vagas
Já foram indicados oficialmente junto à Mesa Diretora da Assembléia Legislativa
do Estado, cinco nomes para as vagas disponíveis no Tribunal de Contas dos
Municípios (TCM) e no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Todos os nomes, até
agora, são da atual base governista da AL: os tucanos Zeca
Araújo, André Dias e Bira Barbosa; Cipriano Sabino
(PFL) e Pio Neto (PTB).
A bancada do PT ainda não tem
indicações de nomes e está estudando se apresentará em conjunto com as demais
legendas que compõem a atual bancada de oposição. O prazo para apresentação de
candidatos aos cargos esgotará no dia 17 deste mês.
De acordo com a deputada Regina Barata, líder do PT na AL, o partido indicará
dois nomes aos cargos de conselheiros dos dois tribunais, mas ainda está
negociando a possibilidade de apresentar indicações em conjunto com as demais
legendas de oposição (Psol, PCdoB e PMDB). “Estamos avaliando com muito cuidado,
para que a nossa bancada chegue a um consenso, até porque também queremos
debater com os nossos aliados. Talvez esta seja a maior disputa que esse poder
já viu”, acredita a parlamentar. O deputado Luis Eduardo Anaice
(PMDB) disse que, no caso do seu partido, a decisão sobre os nomes, deverá ser
tomada pelo presidente do Diretório estadual, o deputado federal Jader
Barbalho.
Zeca Araújo se candidatou espontaneamente e, por
enquanto, disputará com Pio Neto, que foi uma indicação do PTB, a única vaga do
TCM. Os outros três parlamentares concorrerão a vagas no TCE.
Após as indicações de nomes, os candidatos serão avaliados pela Comissão de
Justiça da Casa, para em seguida passarem por uma sabatina em plenário, sendo
que os dois nomes serão decididos em votação secreta.